26 de abril de 2010

Vem alguém de certo lugar

Cruzando as estradas da vida, vem alguém de certo lugar. Vem e chega alguém que me questiona sobre tudo e nada sem excepção. O porquê de ser assim, fazendo com que, muitas vezes, apenas quando a coisas sofem um abanão, eu me sinta no sentimento. Não posso, não quero nem, confesso, consigo medir sentimentos, mas há alguns que marcam e quando nós pensamos que os vamos continuar a ter por muitos e muitos momentos, algo surge que os abala. Porém, não é o próprio sentimento que abala, mas sim o presencear do mesmo, face-a-face. Não se merece ser perdoado, diz quem sente ao alguém que passa, mas tudo isto talvez não passe do constante batimento cardíaco que abrange todos e ninguém quando alguém passa.
Alguém passa, e por passar e sentir não tem coragem para confrontar quem sente, quem sente e quer dizer sem conseguir, quem sente e quer demonstrar sem reflectir. Alguém passa e não consegue dizer, talvez por também sentir, que quem sente falha, quem sente cai, que quem sente tem de saber levantar-se sozinho do alfalto flutuante. Algum alguém passou, algum alguém parou e quis dizer. Parou mas não disse! Por outro lado, quem acabou por nada ouvir, acaba por ouvir, ouvir o constante eco das suas mesmas palavras que sempre tentou proferir, esquecendo-se ou simplesmente não se recordando de que nada e nenhuma expressão transmite, na íntegra, aquilo que se quer expressar.
Vem alguém de certo lugar, alguém misterioso e bem conhecido, alguém sincero e sempre presente, alguém, alguém que faz despertar saudade mesmo quando presente, alguém que nunca mereceu este sentir, alguém extraordinário que merece, hoje e sempre, muito mais, muito melhor. Alguém que, mesmo assim, vem de certo lugar!

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