21 de abril de 2010

Quando eu deixo de ser o centro

E por vezes acontece! Não controlo, não determino. Apenas afirmo e afirmo com muita vontade e querer.
Porque trabalho para ser o centro, para ser quem quero que eu seja, para arcar com o mais vasto leque de tudo aquilo que ninguém nem toda a gente pode levar e sustentar nas costas.
Acordo, acordo todos os dias com a cabeça frescamente entulhada de uma escuridão leve e gostosa que me faz dizer que sou eu. Quando abro os olhos, a nebulosidade é tanta que percebo que estou aqui, que estou num mundo meu. Com um duche tudo fica mais plácido e suave, o que me faz duvidar. Mas duvidar de tudo, de tudo quanto possa desenvolver-se. No entanto, rapidamente abandono as paredes de casa e me liberto para o mundo. Ah, o mundo tal como eu! Ofuscadamente conturbado e, sensivelmente, inconformado. Mas será tudo isto por ser eu quem está a ver? O que me interessa é que o é, tal e qual como eu quero que seja, mas para mim é claro! Não me apetece reflectir, mas sim apenas saber que fora das paredes de casa tudo é, tal e qual, como eu. Elucidadamente confuso e prazeroso. Contudo, a masturbação social não me chega, quero a terra bem pisada, a cabeça a explodir, quero o eco do ego sem saber quando acaba, repetindo o sentido de mim!
O mundo sou eu e é como o quero. É como o sinto e como me sinto nele! Sou eu e ele, nada mais!

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