24 de abril de 2010

Asas de liberdade

Porque nada é melhor que o sentimento livre que podemos sentir perante a vida, perante o mundo. Porque o Homem sonha voar e mais do que voar, o Homem sonha... voar! Percorrer os céus, os céus azuis com resquícios brancos e os céus da alma que não faço ideia que cor terão. Porém, certo é que a minha azul não é certamente e, por vezes, talvez alcance tons mais próximos do escuro. No entanto, o Homem sonha e há quem diga que “Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce”. Apesar de alguma contrariedade da minha parte relativamente à primeira afirmação, a expressão não deixa de ter sentido, na medida em que eu e só eu fui, sou e serei o Deus da minha alma.
Já foi obsceno pensar voar, pensar Ciência também o foi e tudo mudou. Calaram-se muitas bocas, bocas que nem hoje conseguem falar. Bocas que têm medo do passado, do seu próprio passado. E mais do que medo dele, têm medo de o denunciar, mas sim, já todos o sabemos e apenas a ignorância convencida de que o confessionário resolve todos os problemas continua a cair naquele que é o maior “conto do vigário” existente hoje em dia: a Igreja Católica. Sim, a mesma igreja que considera que o fogo purifica almas, a mesma igreja que fez com que Galileu morresse sem poder ver o seu trabalho e descoberta recompensados, fazendo-o sofrer assim como a muitos outros, curiosamente todos os que dela duvidavam e todos os que a questionavam. A mesma igreja que fazia com que a liberdade desse origem aos autos-de-fé, a mesma igreja que se permite ser liderada por um Nazi. A mesma igreja que dá a cara por alguém que eu nunca vi! A mesma igreja que se pode comparar à ditadura finda em '74.
Voltando ao tema central, liberdade, liberdade para combater, combater pela liberdade. Combater contra quem tiver de ser, quer evoquem figuras existentes ou figuras sonhada e transcendentalmente concebidas, mas combater.
Amanhã devemos pensar naquilo que dá asas ao Homem, aquilo que foi conseguido pelo Homem: a liberdade, liberdade de viver. Vamos congratular o grande dia 25 de Abril de 1974 e vamos vivê-lo em 2010, livrando-nos de todos os ditadores por aí espalhados e semeados numa terra que tão fértil e tão parca parece ser. Vamos encarnar o grande Salgueiro Maia, vamos dar voz a José Afonso.
Afinal, afinal o Homem já pode voar!


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