12 de abril de 2010

Era uma vez uma história inacabada

Era uma vez uma história perdida na imensidão do mundo “intelectualizadamente” ferido por dentro e por fora de uma enormidade sentimental.
Dia após dia, momento após momento uma história verídica, honrosamente covarde, salta à mente de uma pequena enorme estrutura preliminar subjugada ao forte contraste que a vida causa em toda a preparação da morte. Na verdade, era uma vez uma história perdida, mas uma história, uma história não fantasiada, mas “fantasiadamente” verdadeira que como toda e qualquer história de fantasia apenas se perde, nunca se esquece.
Quando revemos os fabulosos contos de Walt Disney, por exemplo, percebemos que cada história contem, pelo menos, um pouco de nós. Um pedaço intimamente público que todos e ninguém lhe pode chegar. Não é propriamente um pedaço solto, sendo uma pequena partícula de toda uma história infindável à qual mais ninguém pode ter acesso. Não pode ter acesso, porque desabafar é algo que todos fazemos, mas aqueles que não se encontram necessitam de se expor. Eu faço-o, faço tudo para mim, comigo e porque tudo o que faço comigo se espelha em mim, partilho-o com quem quiser observar. Não, não gosto de ser observado, mas a história propicia que muita gente tenha os olhos postos em mim e naquilo que não faço. Sim, porque tudo o que faço não interessa a ninguém. Tudo o que digo não quero dizer, sabendo que se não disser ficarei grávido de uma enorme “repudiação”.
Sim, é nos contos, nas fabulas ou em qualquer autor de fantasia que a verdadeira magia se encontra. A magia de saber ser mago comigo mesmo.
Era uma vez, era uma vez um momento, uma época, uma história eficiente num carácter épico de pura deficiência existencial. Uma história de tristeza, mágoa e força. Uma força vinda da natureza da força poderosa de uma cabeça pensante, hoje que não é preciso ter medo de pensar, mas é sim preciso saber pensar em não pensar naquilo que não queremos nem temos de pensar. Há que provar, provar que a sobrevivência não depende do raciocínio, mas é tão puro e tão enganador, é tão correcto e tão insurrecto que a dúvida permanece.
Era uma vez uma história que terá continuidade, será futura como eu e o meu sentido necessário de “genealizar”, até porque quero um dia dizer que “a minha glória é criar desumanidade”.
Era uma vez uma história chamada vida, era uma vez...

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