20 de abril de 2010

E assim é...

Mas nada termina nem acaba, nada começa nem inicia. Tudo se desenrola por algo já existente, já iniciado e sem fim à vista.
Arduamente dou comigo a pensar no que seria tudo se tudo não existisse e, problema dos problemas, já não faço sentido sem tudo e tudo deixa de fazer sentido se não existir. Complexo! É como que uma construção de prédio: primeiro os alicerces e depois tudo se forra por um revestimento, talvez irreal, mas sempre, sempre existente. É como que uma relação de dependência conjugal, altamente dispensável, mas constantemente presente. Engraçado! Uma posição tão antitética, mas tão real. E o problema, o problema é ter de viver com tudo isto, com todo este surrealismo. Mas vivo, sobrevivendo de uma forma lutadoramente enraizada. Aprendo, aprendo que a cada momento em que penso que tudo parou, tudo volta sem nunca ter ido, tudo surge sem nunca ter desaparecido.
Mas calma, sou vivo e bem acordado. Tudo o que sou faz-me sentido, mesmo que, por vezes, hesite por um momento. Construo o meu sentido, fabrico a minha identidade, olhando para a minha sombra e para o meu chão, tentando ignorar Thorndike, Bandura ou até mesmo Freud, sempre sabendo que estão, suas teorias, por trás de muito daquilo que sucede. No entanto, é a constante noção de incompletidão que me faz lutar, lutar contra tudo aquilo que me faz frente e mais, contra todos aqueles que não são mais que umas minas de esgoto corrido, sem ideais, forças ou presença. Porque algumas pessoas necessitam de chorar, chorar para se lavarem, chorarem para, finalmente, limparem a sua sujidade prefuraduramente impestante.
Mais do que sonhar ou idealizar, actuo, ajo! Aprendi a agir, em certas ocasiões, sem pensar duas vezes, agir para contra-actuar, sabendo construir um puzzle com todas as suas peças no local excatamente inverso.




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