16 de maio de 2010

Um constante agrupamento

Seguem-se os dias, seguem-se os momentos de uma vida ainda bem curta e espaçosa. No entanto, os agrupamentos continuam. Sendo impossível pensar um pensamento vazio de conteúdo, constantemente dou comigo a exercitar a mete, a mente do raciocínio. Não sei se bem se mal, porque, de facto, não sei o que são o bem e o mal. Raciocino, agrupo pensamentos, ideais, lógicas e sentimentos, relaciono tudo e distingo bem.
Cruzo cada dia, cada momento, e encontro sempre uma folha de papel, dentro do meu “Moleskine”, seguida de uma caneta verde, pois claro, que me pedem que os junte. Costumava pensar três vezes antes de o fazer, mas agora, agora limito-me a aceder ao pedido e quando este falha, eu deixo de ser eu. Posiciono o caderninho preto, agarro, com subtileza a esferográfica, fazendo-a deslizar por cima do papel. Pouco a pouco, palavra apos palavra, uma frase se forma e, de seguida, um parágrafo, um texto. Por esta razão eu digo e afirmo que nada mais faço do que juntar palavras, sendo que, por vezes, inventar algumas faz-me sentir vivo.
Juntar palavras, quaisquer que sejam elas, tenham o significado que tiverem. Junto-as! Observo o mundo, seus componentes e tenho-me como o meu mapa, o meu sitio, o meu eu. Não gosto de dizer que escrevo, porque não sei o que isso é. Limito-me a juntar simples palavras já existentes, talvez dando-lhes o sentido que bem me apetecer.
Contudo, há uma palavra de que nunca me consigo desligar: Saudade! Para mim, muito mais do que uma palavra caracterizadora do vocabulário português, mas sim um sentimento que, pelas pessoas certas, escolhidas por mim, ficará sempre comigo. Sentir saudade é muito mais do que sentir falta, é sentir a ausência em plena presença, é ser especialmente importante.
Desta forma, sonho, idealizo, sinto e penso, questionando-me sempre, mas nunca me atrevo a questionar a saudade, porque esta, esta só sente por quem sonhamos, por quem idealizamos, por quem sentimos algo, por quem pensamos e eu sei que se isto se passa dentro de mim é porque fui eu a escolher e determinar assim.
Serei, sempre, um simples agrupamento que consegue agrupar!



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