2 de junho de 2010

A frustração de um mundo completamente desconjuntado

Raiva, ódio e rancor é o que consigo sentir por um mundo social completamente perdido nas ruas e trilhos da ociosidade e da melancolia. Ruas repletas de personagens tragicamente repugnantes que cruzam o caminho comigo, todos os dias, sem as poder evitar. Na verdade, também não o quero fazer, na medida em que amo a revolução e a luta, amo a conquista. Olho em volta e pouco mais vejo que prepotência em estado puro e inteligência e coerência em profundo estado de latência.
Nesta sociedade, a inteligência encontra-se “encamada”, completamente entubada e dependente de uma máquina para viver. Essa máquina somos todos aqueles que a temos de suportar e, ainda por cima, sustentar numa vida que queremos ao nosso rigor. Será lícita a Eutanásia?
Como se não fosse suficiente este degredo podre e mal cheiroso em quês estamos inseridos, todo este facto ainda me traz mais um problema, visto que digo e estipulo que para se ser meu amigo é necessário muito, mas para ser meu inimigo talvez seja preciso muito mais. Principal e certamente, para se ser meu inimigo é necessário ser-se inteligente, mas logo eu que gosto tanto de ter bons inimigos... Oh, o factor de dependência entre inteligência e meus inimigos faz com que quase ninguém me deixe ter o privilégio de o ter enquanto inimigo, que tristeza! Terei eu que mudar os rigorosos métodos de escolha?
Preciso de um mapa. Sim, não quero ir lá com a tecnologia do GPS, porque eu sou superior, eu sou especial, eu sou eu e sou inteligentemente estúpido para fingir o que bem me apetecer e o que não quero saber fazer! Preciso e quero um mapa para continuar a caminhar, mas azar dos azares daqueles que me rodeiam, todos os dias sou eu próprio a escrever o meu mapa, e esse, esse é só meu, guiado pelas minhas mãos e conduzido pelos meus passos de diabo sem nunca apontar a Deus.
Acredito, acredito que vivo num mundo completa e vividamente desconjuntado e frustrado por ser mundo. E aí sim reside o problema, na medida em que a frustração não é pelas características, mas sim por simplesmente ser mundo. Tenho vergonha da inércia causada propositadamente pelos inconscientes e pobres de espírito. São estes os que usam os argumentos mais estapafúrdios que me deixam sem saber se ria ou se tema!

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