26 de fevereiro de 2010

As coisas

Simplesmente coisas! O que terão mais?
É regular depararmo-nos com muitas coisas, durante cada dia, cada hora, cada minuto, cada segundo. No entanto, algo que me repugna de certa maneira é o facto de parecer ser necessário olhar para as coisas procurando nelas um sentido oculto que elas não têm de ter. Será que não podemos olhar para as coisas em nossa volta e apenas ver o que a realidade nos demonstra? Será que somos permitidos a isso?
São tantas as perguntas às quais nós não conseguimos dar resposta, mas é assim que conseguimos fazer com que a vida faça sentido sem fazer, propriamente, um sentido prático e concreto. Afinal, o que é o concreto?
O mundo devora-me, devorando-me lentamente naquela que é a maior celeridade que pode existir, vai-me corroendo, mas a necessidade de buscar mais é inevitável, cause isso o que causar.
De facto, quando passo na vida e me deparo com as coisas, quero convencer-me que elas são aquilo e aquilo mesmo, tendo por único sentido obscuro e oculto, o facto de não o terem, de não terem significado e terem apenas e só existência real.
"As cousas são o único sentido oculto das cousas", já dizia Alberto Caeiro, mas eu, em todas as análises que faço das coisas,não me consigo abster e caio no erro de tentação,de procurar o fim, o interior. Não excluo o mar, pois acredito que mesmo sofrendo, com o uso dos sentidos e da intelectualização dos mesmos, serei capaz de ver, analisar e interpretar para além do que a minha realidade me permite observar.

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