3 de setembro de 2011

A violação oferecida

Não me parecem raros os momentos da vida de alguém em que a entrega desmedida e desproporcional se torna hábito. Os alguéns vão oferecendo-se, permitindo e alimentando a sua própria exploração física e mental, de forma desprovida de consciência racional elementar: falo de violação.
Se, por um lado, no exemplo de um acto sexual os predadores e as vitimas existem e sabemos que sim, o que referir no que se refere ao âmbito social conjunto? Será que nada? Bom, a realidade conceptual favorece-me a capacidade de interpretação e conclusiva, para que, cada vez mais, possa afirmar que o ser humano tem por base a necessidade de falar em conceitos como Igualdade e Liberdade, adorando ser presa e prisioneiro de algo. Todavia, reparemos: num abuso sexual, existe a possibilidade, o direito e o dever de realizar uma apresentação de uma queixa formal junto de autoridades competentes. Por outro lado, quando conscientes da exploração, do abuso e do aproveitamento social, quais as medidas? Mais grave: o que dizer quando nos permitimos, cientes, a ser explorados? Bem vistas as coisas, houve alturas em que tão bem soube... Houve alturas em que o orgasmo social foi tão bem alcançado, que todos os fetiches conjuntos e de comunidade passaram a tornar-se realidades tão próximas dos alguéns...
Sim, de facto, há quem precise ser hipócrita e falso, para não caír no erro de admitir, um dia, que, outrora, mais ou menos longínqua, a puberdade chegou e as debilitações unipessoais a acompanharam.
Por motivos erróneos e desapetrechados, o ser humano é, ainda, tudo aquilo que tanto diz não querer ser e, até mesmo já não ser. Nos 365 ou 66 dias de liberdade, gostam de se sentir presos e atolhados. Adoram a sensação de poder atribuir culpas e responsabilidades a algo ou alguém, ou mesmo a algo na representação de alguém, reafirmando uma crença e um acreditar ao que apenas não passa de pura necessidade e pobreza espiritual própria. Claramente, o mundo de fachada e de escondidas, para o qual a contagem voltada para uma parede parece absolutamente desnecessária tal não é a utilização constante, alimenta os fracos egos do povinho maníaco e obsuleto.
É verdade, estamos num mundo, estamos no mundo...